HEBRON Atualidades 52 - Julho-Agosto/2011

HebronAtualidades //33 32 // Hebron Atualidades Hebron Atualidades / TRABALHO CIENTÍFICO // TRABALHO CIENTÍFICO // Discussão Os resultados deste estudo multicêntrico, aberto, demonstram que o LSESr, administrado na dose de 160 mg duas vezes ao dia durante 90 dias, foi eficaz no tratamento da HPB sintomática. Ao final do estudo, o tratamento induziu redução altamente significante (p< 0,0001) de 37,52% no valor absoluto da I-PSS total, com melhora semelhante de 38,6%no índice de qualidade de vida e 22% de melhora nas avaliações urofluxométricas. O LSESr inibe a atividade de 5-a-redutase da próstata in vitro por um mecanismo não competitivo(3), mas, em doses clinicamente relevantes, tem pequeno efeito nos níveis plasmáticos de diidrotestosterona e nenhum efeito nos níveis de testosterona(12). Sua complexa composição pode explicar suas atividades na próstata. As atividades antiandrogênica, antiedematosa e anties- trogênica, relatadas para o extrato lipidoesterólico da Serenoa repens(3,4), explicamsua capacidade de reduzir o tamanhodapróstata, emboranuma extensãomenor do que a finasterida. Alémdisso, ao contrário do que ocorre com a finasterida, o extrato lipoesterólico de Serenoa repens não reduz de forma significante os níveis séricos do PSA(11). Neste estudo não houve diferença signifi- cante entre as médias do PSA antes e após 90 dias de tratamento. A tolerabilidade do medicamento, avaliada pela ocorrência de reações adversas, foi muito boa. Ne- nhuma reação adversa grave foi observada e as reações leves foram predominantemente gastrointestinais, com duração média de cinco dias e levando à interrupção do tratamento somente umpaciente. Umpaciente abando- nou o tratamento devido à resposta insuficiente. Conclusão Nossos dadosmostramque o extrato lipidoesterólico da Serenoa repens é uma droga eficaz para a melhora da sintomatologia da HPB sem alterar os níveis do PSA e com perfil de tolerabilidade muito bom. Bibliografia 1. Carilla E, Roger A, BrileyMe Couzinier JP. The lipido- -sterolic extract of Serenoa repens B: new treatment of prostatic hyperplasia, with antiandrogenic effects at two complementary levels. Ipertrofia Prostatica Benigna, Simposio InternazionaleTaormina 1985. ExcerptaMedica 1985; 216-223. 2. Délos S, lehlé C, Martin PM e Raynaud JP. Inhibition of the activity of ‘basic’ 5a-reductase (type 1) detected Gráfico 3 - Evolução da pontuação média do fluxo urinário antes e após 90 dias de tratamento comextrato lipidoesterólico de Serenoa repens. Gráfico 4 - Evolução da média do PSA sérico antes e após 90 dias de tratamento. A tolerabilidade do tratamento foi avaliada pelo registro das reações adversas durante todo o período do estudo. Não foi registrada nenhuma reação adversa grave. Reações adversas leves a moderadas, de caráter transitório, foram registradas em 15 (10,56%) pacientes. Destes, quatro pacientes apresentaram infecção urinária, cefaleia, dor articular e psoríase, respectivamente, que fo- ramconsideradas como não relacionadas ao tratamento. As restantes foramde natureza gastrointestinal, comdu- raçãomédia de cinco dias e poderiamestar relacionadas ao LSESr. Somente um dos 142 pacientes abandonou o tratamento devido a esse tipo de distúrbio. in DU 145 cells and expressed in insect cells. Journal of Steroid Biochemistry and Molecular Biology 1994; 48(4): 347-352. 3. Di Silverio F, D’Eramo G, Lubrano C, Flammia GP, Sciarra A, Palma E, Caponera M e Sciarra F. Evidence that Serenoa repens extract displays an anti-estrogenic acti- vity in prostatic tissue of benign prostatic hypertrophy patients. European Urology 1992; 21: 309-314. 4. Tarayre JP, Delhon A, Lauressergues H e Stenger A. Action anti-oedémateuse d’un extrait hexanique de dru- pes de Serenoa repens Bartr. Annales Pharmaceutiques Françaises 1983; 41(6): 559-570. 5. Ragab A, Ragab-Thomas JMF, Delhon A, Tisne-Ver- sailles J, Gassama-Diagne A, Fauvel J, Cousinier JP, Chap H e Douste-Blazy L. Effects of Permixon® (Sereprostat® in Spain) on phospholipase A2 activity and on arachidonic acidmetabolism in culturedprostatic cells. In: Di Silverio F, Steg A, editors. New trends in bladder cancer chemothe- rapy - New trends in BPH etiopathogenesis. Proceeding of the InternationalWorkshop in Urology; 1987 Jul 22-25; Cannes. Rome. Acta Medica 1988; 293-296. 6. Liang T, Liao S. Inhibition of steroid 5-a-reductase by specific aliphatic unsaturated fatty acids. Biochem J 1992; 285: 557-562. 7. Champault G, Patel JC e Bonnard AM. A double- -blind trial of an extract of the plant Serenoa repens in benign prostatic hyperplasia. British Journal of Clinical Pharmacology 1984; 18: 461-462. 8. Cukier J, Ducassou J, Le Guillou M, Leriche A, Lobel B, Toubol J, Doremieux J, Grinenwald P, Pastorini P, Ray- mond G, Reziciner S e Martinaggi P. Permixonâ versus placebo. Résultats d’une étudemulticentrique. Comptes Rendus de Thérapeutique et de Pharmacologie Clinique 1985; 4(25): 15-21. 9. Emili E, Lo Cigno M, Petrone U. Risulti clinici su un nuovo farmaco nella terapia dell’ipertrofia della prostata (Permixonâ). Urologia 1983; 50(5): 1042-1049. 10. Mandressi A, Tarallo U, Maggioni A, Tombolini P, Rocco F e Quadraccia S. Terapia medica dell’adenoma prostatico: confronto della efficacia dell’estratto di Se- renoa repens (Permixonâ) versus l’estratto di Pygeum africanum e placebo. Urologia 1983; 50 (4): 752-758. 11. Carraro JC, Raynaud JP, Koch G, Chisholm GD, Di Silverio F, Teillac P, Calais da Silva F, Cauquil J, Chopin DK, Hamdy FC, Hanus M, Hauri D, Kalinteris A, Marencak J, Périer A e Perrin P. Comparison of phytotherapy (Permi- xonâ) with finasteride in the treatment of benign prostate hyperplasia: a randomized international study of 1098 patients. The prostate 1996; 29 (4): 231-240. 12. Rhodes L, Primka R, Berman C, Vergult G, Gabriel M, Pierre-MaliceMe Gibelin B. Comparison of finasteride, a 5a-reductase inhibitor, and various commercial plant extracts in in vitro and in vivo 5-a-reductase inhibition. Prostate 1993; 2:43-51. A dosagem do PSA sérico não demonstrou diferença estatisticamente significante quando foramcomparadas as médias antes e após 90 dias de tratamento (Gráfico 4). A média inicial foi de 2,34 ± 1,78 e a final 2,50 ± 2,19 ng/ ml (p < 0,356).

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