HEBRON Atualidades 51 - Maio-Junho/2011
26 // Hebron Atualidades Hebron Atualidades // 27 Pré-adolescente Onde está aquela criança que brincava com bone- cas, colocava os sapatos da mamãe, que gostava de ouvir histórias e de ficar em casa? É o que questiona Mariela Aguiar, mãe de uma pré-adolescente de 11 anos. As maiores preocupações desta mãe é como lidar com a nova fase da filha, com novos comporta- mentos e, principalmente, qual a melhor maneira de conversar sobre as transformações no corpo da meni- na. “Minha filha está se tornando uma mocinha, uma pré-adolescente, e esta fase é complicada tanto para ela quanto para mim. Tento explicar da melhor forma sobre o amadurecimento pelo qual ela está passando, como menstruação e aumento dos seios. Os pais têm de ter paciência nessa hora e, acima de tudo, se tor- narem amigos de seus filhos para ganhar confiança e serem mais aceitos com seus conselhos”, explica. Adolescência A adolescência é a fase que marca a transição en- tre a infância e a idade adulta. Representa um pro- cesso de distanciamento do comportamento da infân- cia e de aquisição de características e competências que capacitem o jovem a assumir os deveres e papéis sociais do adulto. Segundo o Estatuto da Criança e do Adolescente, a fase compreende dos 12 aos 18 anos, onde acontecem mudanças físicas, psicológicas e comportamentais. Talvez, por isso, seja a etapa da vida dos filhos que mais cause preocupação nos pais. É na adolescência que a pessoa descobre sua iden- tidade e define a personalidade -reformulam-se os valores adquiridos na infância e se assimilam numa nova estrutura mais madura. Nesse processo, surgem escolhas profissionais, namoros, sexo, drogas, festas, violência, cobrança dos pais, um misto de coisas boas e ruins. Este novo período na educação dos filhos, em que nada é estável nem definitivo, é difícil para os pais. A função dos pais, neste caso, é administrar, orientando e deixando claro que somos respon- sáveis por nossos atos. É o que pensa Rosalva Rodrigues, mãe de uma adolescente de 17 e de uma jovem de 20. “Procu- ro orientar minhas filhas sobre tudo, principalmente sobre ami- zades, para que elas, porventura, não sejam influenciadas a fazer o que não convém. Quando surge algum problema, busco resolver com uma longa conversa”. / / Sandra Maia Psicóloga Clínica que trabalha com avaliação psicológica, dificuldades no relacionamento interpessoal e profissional, transtornos de ansiedade e de- pressão, pânico, dependência química de jovens e adultos. Site: http://www.sandramaia.com.br / E-mail: sa.maia@uol.com.br Idade adulta “Quando a gente gosta é claro que a gente cui- da…”. O verso da música composta por Peninha é sábio e, quando se refere ao amor de pais e mães aos seus filhos, mostra que o cuidado é para sempre. “Não é porque o filho já se tornou um adulto que as preocu- pações acabam, só mudam os motivos”, explica Jose- lita Sales, mãe de três filhos em idade adulta. “Eu me preocupo se meus filhos estão felizes com as escolhas profissionais, se estão com problemas financeiros, se vivem um casamento feliz. Temos uma ótima relação e falo diariamente, por telefone, com eles. Por isso, tenho abertura para, quando percebo algum desajus- te, orientar da maneira que acho ser a correta. Às ve- zes, eles dizem que exagero, mas depois reconhecem que tudo que faço é pelo bem deles. Afinal, ‘quando a gente gosta é claro que a gente cuida’”. Preocupação excessiva De acordo com a psicóloga Sandra Maia, a preo- cupação excessiva dos pais pode atrapalhar os filhos. “A medida da preocupação que atrapalha costuma ser aquela que sufoca, que emperra o desenvolvimento, que faz o filho se sentir ‘um peixe fora d’água’ em relação a seus pares; aí é que entra o jogo de cintura desses pais para não soltar as rédeas indiscriminada- mente (para que o pobrezinho não fique traumatiza- do) ou optar pelo mais simples, que é aprisionar expe- riências que esse filho precisa viver”. Se existem pais super preocupados com os filhos, por outro lado, há os que fecham os olhos para um determinado comportamento por entender ser ape- nas uma “brincadeira de criança”. Esse tipo de atitude pode trazer prejuízos comportamentais no futuro, se- gundo Sandra. “A maneira de a criança experimentar o mundo é através do que os adultos chamam de brin- cadeiras. Estas são, portanto, as primeiras tentativas de explorar o mundo. Cabe aos pais toda a atenção para ajudar nessas primeiras experiências de percep- ção de vida, corrigindo o ‘prumo’ sempre que neces- sário, sem grandes alardes, pois a criança está apenas experimentando”. Sandra Maia explica que o ideal é buscar um limite de cuidados, o equilíbrio. “Ter uma família equilibra- da, onde o desenvolvimento se passa de forma harmo- niosa, ajuda muito. Se esse não for o caso... paciência, treino, muito treino. É preciso ter a percepção de que se está diante de uma tarefa para a vida toda” MATÉRIA // CUIDADOS COM OS FILHOS Endorus ® Mentha piperita L. Introdução Há milhares de anos, os óleos das plantas vêm sen- do utilizados em rituais e cerimônias religiosas, como medicamentos, unguentos, perfumes e cosméticos, destacando-se sua utilização pelos egípcios, antigos mestres da perfumaria, os gregos que também os uti- lizaram largamente como remédios e cosméticos aro- máticos, e os indianos, através da medicina Ayurvédica. Quem nunca ouviu falar dos famosos banhos públi- cos aromáticos romanos? Com a descoberta da destila- ção, houve um grande desenvolvimento nesta área em países europeus. A partir do trabalho científico de diversos pesquisa- dores a aromaterapia foi aceita como uma nova e im- portante forma de terapia, sendo largamente utilizada atualmente na indústria de medicamentos, cosméticos e perfumaria. Na Europa, a aromaterapia é praticada por médicos, enfermeiros e outros profissionais da área médica e ensinada a estudantes da área de saúde na França e Inglaterra. A história das ervas As ervas com fins medicinais, registrados na litera- tura, veem desde os tempos bíblicos perspassando os povos até os dias atuais. Extremo oriente O país com mais longa e ininterrupta tradição nas ervas é a China. Quando morreu em 2698 A.C., o len- dário imperador Shen Nultg já tinha provado 100 ervas; ele menciona em seu “Cânone das Ervas” 252 plantas, muitas ainda em uso. Cem anos mais tarde, o Impera- dor Amarelo, Huang Ti, formalizou a Teoria Médica no Nei Ching. No século VII, o governo da dinastia Tang imprimiu e distribuiu pela China uma Revisão do Câno- ne de Ervas. Em 1578, Li Shizhen completou seu “Com- pêndio de Matéria Médica”, onde listou 1800 substân- cias medicinais e 11.000 receitas de compostos. Oriente Médio Placas de barro de 3.000 A.C. registram impor- tações de ervas para a Babilônia (trocas com a China aconteceram por volta de 2.000 A.C.). A Farmacopeia babilônica abrangia 1400 plantas. O primeiro médico egípcio conhecido foi Imhotep (2980 a 2900 A.C.). Grande curandeiro, foi deificado, e utilizava ervas me- dicinais em seus preparados mágicos. Os Papiros de Ebers do Egito foram um dos herbários mais antigos que se têm conhecimento, datando de 1550 A.C., e ainda está em exibição no Museu de Leipzig (são 125 plantas e 811 receitas). Na mesma época, médicos in- dianos desenvolviam avançadas técnicas cirúrgicas e de diagnóstico, e usavam centenas de ervas nos seus tra- tamentos. Segundo os hindus “as ervas eram as filhas prediletas dos deuses”. • Grécia No século XIII A.C. um curandeiro chamado As- clépio, grande conhecedor de ervas, concebeu um sis- tema de cura, fundando o primeiro spa de que se tem conhecimento, com tratamentos baseados em chás. Os templos de cura apareceram em toda Grécia e Asclépio foi deificado. Seiscentos anos depois, Tales de Mileto e Pitágoras compilaram essas receitas. Os gre- gos adquiriram seus conhecimentos de ervas na Índia, Babilônia, Egito e até na China. • Idade das trevas Nesta fase, a Pérsia tornou-se o centro de perfeição da época, com as receitas gregas sendo traduzidas para o árabe. Na Europa os progressos foram dificultados pela Igreja, que não via com bons olhos a aprendiza- gem científica, e encarava a doença como um castigo; a medicina das plantas restringiu-se aos monges nos mosteiros e a algumas mulheres de aldeias remotas. • Renascimento O século XV traz a era dourada para as ervas. A partir da observação dos resultados dos remédios à base de ervas descobriram a cura para inúmeras do- enças. Nesse tempo de descobertas as mulheres foram proibidas de estudar e os curandeiros não profissionais eram considerados hereges. • Idade Industrial e Moderna A ciência levou ao desenvolvimento o assunto er- vas, sintetizando partes das plantas e concentrando dosagens. O uso mais baixo das ervas foi no início do séc. XX, mas com os efeitos secundários das drogas artificiais isso mostra uma melhoria. Com a ecologia incentivando uma volta ao uso de medicamentos natu- rais, está acontecendo um renascimento fantástico da utilização das ervas. • América O primeiro herbário das Américas é o Manuscrito Badanius, o herbário asteca, do séc. XVI, em Nahua- tl. No Brasil, em 1995, o consumo de medicamentos caiu a níveis alarmantes. A pesquisa SOS FARMA, para TRABALHO CIENTÍFICO //
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