HEBRON Atualidades 51 - Maio-Junho/2011

24 // Hebron Atualidades Hebron Atualidades // 25 // Por Dênia Sales A cada etapa da vida dos filhos, uma nova preocupação para os pais. Eles crescem, escolhem seus caminhos, formam famílias e as preocupações, mesmo assim, continuam MATÉRIA // CUIDADOS COM OS FILHOS N asceu! O momento é especial e traz um misto de sentimentos: alegria, felicidade, emoções e também preocupações e ansiedades. O bebê preen- che todo o dia dos pais, especialmente da mamãe, chamando a sua atenção porque tem fome ou sono, porque sente frio ou calor, porque quer carinho... por- que precisa de cuidados. Os filhos crescem, escolhem seus caminhos, formam novas famílias, vivem de for- ma mais independente e as preocupações, mesmo as- sim, acompanham os pais. Elas permanecem presen- tes em todos os aspectos: físico, emocional, espiritual, acadêmico, social, conjugal, profissional e tudo o que diz respeito ao bem-estar do filho. Dificuldades de aprendizagem, desobediência, ali- mentação e desenvolvimento adequados, novas rela- ções sociais. Os questionamentos que se fazem sobre filhos pequenos, quase sempre sobre saúde ou estu- dos, revelam as preocupações sobre o futuro que os pais esperam que seja o melhor e o mais próspero. Maior independência ou até mesmo a emancipação dos filhos, no entanto, não é o final das preocupações. Adolescência, drogas, bullying , escolha profissional, gravidez, constituição de família. A cada etapa, uma nova ansiedade. Talvez, não tão impositiva de quando o filho ainda é uma criança e se pode “escolher” o que fazer por ele, é uma preocupação mais interior, menos invasiva, mas sempre presente. “Costumamos dizer que uma vez que temos filhos os problemas são para sempre, só mudam as fases e, com elas, os motivos. Na infância, as preocupações estão mais voltadas para o próprio desenvolvimento, físico, intelectual e emocional da criança. Os pais es- tão sempre muito preocupados se a criança está se desenvolvendo adequadamente nestes três tópicos. E diria que uma das principais dificuldades é o trabalho de introduzir a criança ao mundo dos limites”, conta a psicóloga Sandra Maia, que trabalha com dificuldades no relacionamento interpessoal e profissional, trans- tornos de ansiedade, depressão e dependência quími- ca de jovens e adultos. “O que encontramos hoje na clínica são pais deso- rientados quanto ao que pode e o que não pode, até onde é razoável e o que excede o aceitável. Em geral, observamos pais em tentativas de transferirem essa ta- refa para a escola. Essa tarefa é dos pais, da família, que não podem se esquivar de passar os seus valores, MATÉRIA // CUIDADOS COM OS FILHOS “Quando a gente gosta é claro que a gente cuida” que está adquirindo habilidade em virar-se, é o acon- selhável. Já entre 7 e 12 meses, os bebês começam a engatinhar, ficam em pé e até podem começar a andar. Nesta fase, atenção redobrada com os móveis pontiagudos. A cozinha é uma das áreas mais propícias aos acidentes domésticos com crianças e deve ser evita- da. Manter fora do alcance todo e qualquer produ- to de limpeza também é recomendável, assim como os medicamentos. Outra recomendação é não deixar cordões de chupetas ao redor do pescoço da criança. Dicas importantes, como proteger as tomadas, man- ter objetos cortantes, como facas e tesouras, fora do alcance da criança, usar tapetes não derrapantes no banheiro e instalar grades ou redes de proteção em todas as janelas e varanda, são imprescindíveis para manter o bebê seguro. Crianças À medida que as crianças vão crescendo, entre 2 e 3 anos, começam a entender melhor o que se ensina, mas ainda não distinguem o que é perigoso. Neces- sitam de proteção, supervisão e disciplina firme. Aos 5 anos, geralmente são criativas, mantêm uma boa convivência com amigos da mesma idade e têm muita energia. Isto é o suficiente para que suas atividades, como travessia de ruas e passeios de bicicletas, devam ser supervisionadas. A partir dos cinco anos, é normal que os pais se preocupem com o desempenho escolar dos filhos. Isso porque problemas de aprendizagem afetam 1 em cada 10 crianças em idade escolar e quanto mais cedo forem diagnosticados, mais chances terão de ser supe- rados. Catarina Brum, por exemplo, ajuda nas tarefas que a professora delega para serem feitas em casa e faz questão de acompanhar o rendimento escolar do seu filho de 5 anos. Ela fica atenta para detectar se Caio está ten- do problemas para processar as informações que recebe. “Os pais devem estar atentos e cons- cientes dos sinais mais frequentes que indicam a presença de um problema de aprendizagem. Por isso, por mais que a falta de tempo dificulte, tento ser pre- sente na rotina escolar do meu filho. Por enquanto, está tudo normal, mas, ao primeiro sinal de dificul- dade que ele tenha para entender e seguir tarefas e instruções, não hesitarei em procurar ajuda”. a sua ‘marca registrada’, sob risco de mais tarde não reconhecerem seus próprios filhos”, alerta. De acordo com a psicóloga, na adolescência, em- bora o cenário mude, a questão dos limites só se agra- va: os valores atuais mudam numa velocidade que a maioria de nós tem dificuldade de acompanhar. “Os horários das baladas, as roupas, os hábitos da turma, o quanto esses pais confiam nos próprios valores que vêm passando até então para esse filho. Estará ele pronto para se defender no mundo lá fora, que ago- ra começa a frequentar e, na maioria das vezes, não coincide com o dos pais? Uma outra preocupação des- sa fase é o encaminhamento profissional desse filho: no meu entender, um jovem, na adolescência ou pré juventude, raramente está apto a saber como gostaria de passar o resto de sua vida, mas às vezes a ansieda- de dos pais acaba induzindo escolhas equivocadas”. E finalmente a questão das drogas, que, para San- dra, é o grande fantasma de todo pai de filho ado- lescente. “A maioria dos pais tem a fantasia de que quando o filho estiver adulto finalmente poderá des- cansar: ledo engano. Mais uma vez, muda o cenário, mas as preocupações e problemas continuam: como está a vida sentimental e profissional do filho, que es- colhas ele está fazendo para si, carreira, netos... e a história recomeça”. Bebê Acidentes são comuns com crianças, por isso, saber identificar os riscos e preveni-los é sinônimo de garan- tir segurança para quem necessita de proteção cons- tante. Neste caso, vale a máxima de que todo acidente é evitável e a prevenção sempre é o melhor remédio. A contadora Catarina Brum, mãe de Miguel, de 8 meses, e Caio, de 5 anos, segue este caminho. Ela diz que as maiores preocupações com o filho mais novo são re- ferentes ao bom desenvolvimento e à saúde, mas está sempre atenta aos acidentes domés- ticos. “Fico de olho se o meu filho mais novo está se de- senvolvendo bem e se está se alimentando adequadamente. Fisicamente, meus temores são com quedas e os perigos que toda casa oferece aos bebês, como queimaduras em fogões, produtos de limpeza, tomadas etc.”. Até os 6 meses, um dos maiores cuidados são com queimaduras na hora do banho do bebê. É preciso ve- rificar sempre a temperatura da água. Também não é aconselhável beber líquidos quentes com seu filho no colo. Outra preocupação que aflige as mães são as quedas. Mantê-lo em berço ou cercadinho, uma vez “Costumamos dizer que uma vez que temos filhos os proble- mas são para sempre, só mudam as fases e, com elas, os motivos” Sandra Maia, psicóloga

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